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| {{Obra bibliográfica
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| | título = Um Passo pra Frente, Dois Passos pra Trás
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| A Crise no nosso Partido<ref group="1">V. I. Lénine trabalhou durante vários meses no seu livro Um Passo em Frente, Dois Passos Atrás (A Crise no Nosso Partido), estudando cuidadosamente as actas das sessões e as resoluções do II Congresso do POSDR, as intervenções de cada um dos delegados, os agrupamentos políticos que se formaram no congresso, bem como os documentos do Comité Central e do Conselho do partido, materiais esses que foram publicados em Janeiro de 1904. Em Maio de 1904 o livro de Lénine foi publicado.
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| Nesta obra V. I. Lénine desferiu um golpe demolidor no oportunismo dos mencheviques quanto às questões de organização. O enorme significado histórico do livro consiste, sobretudo, no facto de Lénine, desenvolvendo a doutrina marxista sobre o partido, ter elaborado os princípios de organização do partido revolucionário proletário, e de, pela primeira vez na história do marxismo, ter feito uma crítica completa do oportunismo em matéria de organização, tendo mostrado o perigo particular que comporta a subestimação do significado da organização no movimento operário.
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| O livro provocou ataques ferozes dos mencheviques. Plekhánov exigiu que o Comité Central se dessolidarizasse do livro de Lénine, enquanto os conciliadores no Comité Central procuraram retardar a sua impressão e difusão. Apesar de todos os esforços dos oportunistas, a obra de Lénine Um Passo em frente, Dois Passos Atrás conseguiu uma ampla difusão entre os operários avançados da Rússia. </ref>
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| | escrito por = V.I. Lenin
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| | publicado = Editorial Avante
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| | tipo = Livro
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| | fonte = [https://www.marxists.org/portugues/lenin/1904/passo/passo.pdf Marxists Internet Archive]
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| == Prefácio ==
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| Quando se trava uma luta prolongada, tenaz e apaixonada começam a delinear-se, geralmente ao
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| fim de certo tempo, os pontos de divergência centrais, essenciais, de cuja solução depende o
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| resultado definitivo da campanha, e em comparação com os quais os episódios menores e
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| insignificantes da luta passam cada vez mais para segundo plano.
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| E o que se passa também com o combate que se trava no seio do nosso partido e que, há já meio
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| ano, chama a atenção de todos os membros do partido. E precisamente porque foi necessário, no
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| esboço de toda a luta que ofereço ao leitor, aludir a uma série de pormenores de interesse mínimo e
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| a inúmeras querelas que não oferecem no fundo qualquer interesse, eu queria, desde o início,
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| chamar a atenção do leitor para duas questões verdadeiramente centrais, essenciais, de enorme
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| interesse e de projecção histórica incontestável, que constituem as questões políticas mais urgentes
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| na ordem do dia do nosso partido.
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| A primeira diz respeito ao significado político da divisão do nosso partido em «maioria» e
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| «minoria», divisão que tomou forma no segundo congresso do partido<ref group="1">O II Congresso do POSDR realizou-se de 17 (30) de Julho a 10 (23) de Agosto de 1903. As primeiras 13 sessões do congresso efectuaram-se em Bruxelas. Depois, devido às perseguições por parte da polícia, as sessões do congresso foram transferidas para Londres.
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| As mais importantes questões do congresso eram a aprovação do programa e dos estatutos do partido, e as eleições dos seus centros dirigentes. Lénine e os seus partidários travaram no congresso uma luta decidida contra os oportunistas.
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| O congresso aprovou por unanimidade (com uma abstenção) o programa do partido, em que foram formuladas tanto as tarefas imediatas do proletariado e da próxima revolução democrático-burguesa (programa mínimo), como as tarefas que visavam a vitória da revolução socialista e o estabelecimento da ditadura do proletariado (programa máximo).
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| No decurso das discussões sobre os estatutos do partido travou-se uma luta aguda quanto à questão dos princípios organizativos da edificação do partido.
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| Lénine e os seus partidários lutavam pela criação de um partido revolucionário combativo da classe operária e consideravam necessário que se adoptassem estatutos que dificultassem a adesão ao partido de todos os elementos instáveis e vacilantes. A formulação de Mártov, que tornava mais fácil a adesão ao partido de todos os elementos instáveis, foi apoiada no congresso não só pelos anti-iskristas e pelo «pântano» («centro»), como também pelos iskristas brandos, e foi aprovada pelo congresso por uma insignificante maioria de votos. Mas, no fundamental, o congresso aprovou os estatutos elaborados por Lénine. O congresso aprovou também uma série de resoluções sobre
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| as questões de táctica. No congresso deu-se a cisão entre os partidários consequentes da orientação iskrista, leninistas, e os iskristas brandos partidários de Mártov. Os partidários da orientação leninista obtiveram a maioria dos votos durante as eleições dos organismos centrais do partido e passaram a ser denominados bolcheviques (da palavra russa bolchinstvó, que quer dizer maioria), enquanto os oportunistas, que obtiveram a minoria, receberam a denominação de mencheviques (da palavra russa menchinstvó, que quer dizer minoria). O congresso teve um enorme significado para o desenvolvimento do movimento operário na Rússia. Ele acabou com o trabalho artesanal e com o espírito de círculo no movimento social-democrata e deu início a um partido marxista revolucionário na Rússia, o partido dos bolcheviques.</ref> e que deixou muito para trás
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| todas as anteriores divisões dos sociais-democratas russos.
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| A segunda questão diz respeito ao significado de princípio da posição do novo Iskra em matéria de
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| organização, tanto quanto se trata de uma posição efectivamente de princípio.
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| A primeira questão é a do ponto de partida da luta no nosso partido, a questão da sua origem, das
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| suas causas, do seu carácter político fundamental. A segunda questão é a do resultado final da luta,
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| do seu desenlace, do balanço que, no terreno dos princípios, se obtém somando tudo o que se refere
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| aos princípios e subtraindo tudo o que se refere a querelas mesquinhas. A primeira questão resolve-
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| se analisando a luta no congresso do partido; a segunda analisando o novo conteúdo de princípios
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| do novo Iskra. Uma e outra destas análises, que constituem nove décimos desta brochura, levam à
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| conclusão de que a «maioria» é a ala revolucionária do nosso partido, e que a «minoria» é a sua ala
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| oportunista; as divergências que separam actualmente estas duas alas dizem respeito sobretudo a
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| questões de organização, e não a questões de programa ou de táctica; o novo sistema de concepções
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| que se desenha no novo Iskra com tanto mais clareza quanto mais ele procura aprofundar a sua
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| posição, quanto mais esta posição se vai libertando de todas as querelas sobre a cooptação, é
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| oportunismo em matéria de organização.
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| O principal defeito da literatura de que dispomos sobre a crise do nosso partido é, no que diz
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| respeito ao estudo e esclarecimento dos factos, a ausência quase total duma análise das actas do
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| congresso do partido, e no que respeita ao esclarecimento dos princípios fundamentais do problema
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| de organização, é a falta de uma análise da ligação que inegavelmente existe entre o erro cometido
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| pelo camarada Mártov e pelo camarada Axelrod na formulação do parágrafo primeiro dos estatutos
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| e a defesa desta formulação, por um lado, e todo o «sistema» (tanto quanto se pode falar aqui de um
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| sistema) dos princípios actuais do Iskra em matéria de organização, por outro lado. Pelos vistos a
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| actual redacção do Iskra não nota sequer esta ligação, embora a importância da discussão do
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| parágrafo primeiro tenha sido já muitas vezes assinalada nas publicações da «maioria». Hoje, os
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| camaradas Axelrod e Mártov em essência não fazem mais do que desenvolver e alargar o seu erro
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| inicial sobre o parágrafo primeiro. Em essência, toda a posição dos oportunistas em matéria de
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| organização começou a revelar-se já na discussão do parágrafo primeiro: na sua defesa de uma
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| organização do partido difusa e não fortemente cimentada; na sua hostilidade à ideia (à ideia
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| «burocrática») da edificação do partido de cima para baixo, a partir do congresso do partido e dos
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| organismos por ele criados; na sua tendência para actuar de baixo para cima, permitindo a qualquer
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| professor, a qualquer estudante do liceu e a «qualquer grevista» declarar-se membro do partido; na
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| sua hostilidade ao «formalismo», que exige a um membro do partido que pertença a uma
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| organização reconhecida pelo partido; na sua tendência para uma mentalidade de intelectual
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| burguês, pronto apenas a «reconhecer platonicamente as relações de organização»; na sua
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| inclinação para essa subtileza de espírito oportunista e as frases anarquistas; na sua tendência para o
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| autonomismo contra o centralismo; numa palavra, em tudo o que hoje floresce tão exuberantemente
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| no novo Iskra, e que contribui para o esclarecimento cada vez mais profundo e evidente do erro
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| inicial.
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| Quanto às actas do congresso do partido, a falta de atenção verdadeiramente imerecida de que são
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| objecto só pode explicãr-se pelas querelas que envenenam as nossas discussões e possivelmente,
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| além disso, pelo excesso de verdades demasiado amargas que essas actas contêm. As actas do
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| congresso apresentam o quadro da verdadeira situação do nosso partido, quadro único no seu
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| género, insubstituível pela sua exactidão, plenitude, diversidade, riqueza e autenticidade; um quadro
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| das concepções, do estado de espírito e dos planos traçados pelos próprios participantes do
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| movimento, um quadro dos matizes políticos existentes no nosso partido e que mostra a sua força
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| relativa, as suas relações mútuas e a sua luta. As actas do congresso do partido, e só elas, mostram-
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| nos em que medida nós conseguimos verdadeiramente varrer tudo o que restava das velhas relações
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| puramente de círculos e conseguimos substituí-las por uma única grande ligação, a de partido. Todo
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| o membro do partido desejoso de participar conscientemente nos assuntos do seu partido deve
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| estudar com cuidado o nosso congresso do partido, precisamente: estudar, porque a simples leitura
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| do amontoado de materiais brutos que as actas contém é insuficiente para dar um quadro do
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| congresso. Só com um estudo minucioso e independente se pode conseguir (e deve-se procurar
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| fazê-lo) fundir num todo os resumos sucintos dos discursos, os excertos secos dos debates, as
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| pequenas controvérsias sobre questões secundárias (secundárias na aparência), para que ante os
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| membros do partido surja o rosto vivo de cada orador destacado, se revele com precisão a
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| fisionomia política de cada um dos grupos de delegados ao congresso do partido. O autor destas
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| linhas considerará que o seu trabalho não terá sido em vão se conseguir pelo menos dar um impulso
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| ao estudo, amplo e individual, das actas do congresso do partido.
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| Ainda uma palavra a respeito dos adversários da social-democracia. Eles seguem com caretas de
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| alegria maligna as nossas discussões; evidentemente procurarão utilizar para os seus fins algumas
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| passagens isoladas desta brochura dedicada aos defeitos e lacunas do nosso partido. Os sociais-
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| democratas russos estão já suficientemente temperados nas batalhas para não se deixarem perturbar
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| por essas alfinetadas, e para prosseguir, apesar delas, o seu trabalho de autocrítica, continuando a
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| revelar implacavelmente as suas próprias lacunas, que serão corrigidas, necessária e seguramente,
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| pelo crescimento do movimento operário. E que os senhores adversários tentem apresentar-nos da
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| situação verdadeira dos seus próprios «partidos» um quadro que se pareça, mesmo de longe, com o
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| que apresentam as actas do nosso segundo congresso!
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| Maio de 1904.
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| N. Lénine
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| === Notas ===
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| <references group="1" />
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| ==a) A PREPARAÇÃO DO CONGRESSO==
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| Há uma máxima segundo a qual cada pessoa tem o direito, durante vinte e quatro horas, de maldizer
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| os seus juízes. O congresso do nosso partido, como qualquer congresso de qualquer partido, foi
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| igualmente juiz de várias pessoas que aspiravam ao posto de dirigentes e sofreram um fracasso.
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| Agora, esses representantes da «minoria», com uma ingenuidade enternecedora, «maldizem os seus
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| juízes» e procuram, por todos os meios, lançar o descrédito sobre o congresso e minimizar a sua
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| importância e autoridade. Esta tendência exprimiu-se talvez com o maior relevo no artigo de Praktik
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| que, no n° 57 do Iskra, se indigna com a ideia da «divindade» soberana do congresso. Eis um traço
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| tão característico do novo Iskra, que não poderíamos deixar de referir. A redacção, que é composta
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| na sua maior parte por pessoas rejeitadas pelo congresso, continua, por um lado, a intitular-se
| |
| redacção «do partido» e, por outro lado, abre os braços a indivíduos que afirmam que o congresso
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| não é uma divindade. Muito bonito, não é verdade? Sim, senhores, o congresso não é certamente
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| uma divindade, mas que pensar dos que começam a «denegrir» o congresso depois de aí terem
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| sofrido uma derrota?
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| Lembremos, com efeito, os principais factos da história da preparação do congresso.
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| Desde o princípio, no seu anúncio datado de 1900<ref group="2">Ver V. I. Lénine, Obras Completas, 5ª ed. em russo, t. 4, pp. 354-360. (N. Ed.)</ref>, que precedeu a publicação do jornal, o Iskra
| |
| declarava que antes de nos unificarmos era necessário que nos demarcássemos. O Iskra procurou
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| fazer da Conferência de 1902<ref group="2">A Conferência de 1902, conferência dos representantes dos comités e organizações do POSDR, realizou-se de 23 a 28 de Março (de 5 a 10 de Abril) de 1902 em Belostok. Os «economistas» e os bundistas, que os apoiavam, tentaram
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| transformar a conferência no II Congresso do POSDR, esperando consolidar deste modo a sua situação nas fileiras
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| da social-democracia russa e paralisar a crescente influência do Iskra. Esta tentativa, no entanto, fracassou. A
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| conferência elegeu o Comité de Organização para preparar o II Congresso do partido. Em breve, após a conferência,
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| a maioria dos seus delegados, entre eles dois membros do Comité da Organização, foram presos pela polícia. O
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| novo Comité de Organização para a preparação do II Congresso do POSDR foi formado em Novembro de 1902 na
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| cidade de Pskov, na reunião dos representantes do Comité de Petersburgo do POSDR, da organização do Iskra na
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| Rússia e do grupo Iújni Rabótchi.</ref> uma reunião privada, e não um congresso do partido.<ref group ="2">Ver as actas do II Congresso, p.20.</ref> O Iskra agiu com extraordinária circunspecção no Verão e Outono de 1902, ao renovar o Comité de Organização eleito nessa conferência. Finalmente, o trabalho de demarcação terminou, terminou como todos nós o reconhecemos. O Comité de Organização foi constituído mesmo nos finais de 1902. O Iskra saúda a sua consolidação e declara - no seu editorial do n° 32 - que a convocação de um congresso do partido era a necessidade mais urgente e imediata<ref group = "2">Ver V. I. Lénine, Obras Completas, 5ª ed. em russo, t. 7, pp. 91-93. (N. Ed.)</ref>. Assim, o que menos nos podem censurar é o
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| ter precipitado a convocação do segundo congresso. Nós aplicámos esta regra: olhar duas vezes
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| antes de decidir; tínhamos o pleno direito moral de esperar que os camaradas, uma vez decidido, se
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| não lembrassem de choramingar e olhar de novo.
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| O Comité de Organização elaborou o regulamento do segundo congresso, regulamento
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| extremamente minucioso (formalista e burocrático, diriam os que agora encobrem com estes
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| vocábulos a sua falta de carácter em matéria política); fê-lo aprovar por todos os comités e aprovou-
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| o enfim, estabelecendo, entre outras coisas, no § 18: «Todas as resoluções do congresso e todas as
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| eleições por ele feitas constituem uma decisão do partido, obrigatória para todas as suas
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| organizações. Elas não podem, sob pretexto algum, ser contestadas por ninguém, e só podem ser
| |
| revogadas ou modificadas pelo congresso seguinte do partido.»<ref group = "2">Ver as actas do II Congresso, pp. 22-23, 380.</ref> Na verdade, que inocentes em si
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| mesmas são estas palavras, então tacitamente aceites como algo que se subentende, e como soam
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| hoje estranhamente, como se fossem um veredicto contra a «minoria»! Com que fim foi redigido
| |
| este parágrafo? Unicamente pelo respeito das formalidades? Não, evidentemente. Esta decisão
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| parecia necessária, e era-o efectivamente, porque o partido era composto por uma série de grupos
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| fragmentados e autónomos, dos quais se podia esperar a recusa de reconhecer o congresso. Ela
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| exprimia precisamente a boa vontade de todos os revolucionários (de que tanto e tão pouco a
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| propósito se fala hoje, caracterizando por eufemismo com o termo boa o que merece antes o epíteto
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| de caprichosa). Esta disposição equivalia à palavra de honra recíproca de todos os sociais-
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| democratas russos. Ela devia garantir que o imenso trabalho, os perigos, as despesas exigidas pelo
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| congresso, não seriam vãos; que o congresso se não transformaria numa comédia. Ela qualificava
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| antecipadamente qualquer não-reconhecimento das decisões e eleições do congresso como uma
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| quebra de confiança.
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| De quem troça então o novo Iskra, que fez a nova descoberta de que o congresso não é uma
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| divindade e que as suas decisões não são sacrossantas? Conterá a sua descoberta «novas concepções
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| em matéria de organização» ou apenas novas tentativas de apagar velhas pistas?
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| ===Notas===
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| <references group="2" />
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| ==b) O SIGNIFICADO DOS AGRUPAMENTOS NO CONGRESSO==
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| Assim, o congresso reuniu-se depois de preparativos extremamente minuciosos, na base da mais
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| completa representação. O reconhecimento geral da composição regular do congresso e do carácter
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| absolutamente obrigatório das suas resoluções encontrou também a sua expressão na declaração
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| feita pelo presidente (p. 54 das actas) depois da constituição do congresso.
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| Qual era portanto a tarefa principal do congresso? Criar um verdadeiro partido sobre as bases de
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| princípios e de organização que tinham sido propostas e elaboradas pelo Iskra. Que o congresso
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| devia trabalhar precisamente neste sentido era facto antecipadamente determinado por três anos de
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| actividade do Iskra, aprovada pela maioria dos comités. O programa e orientação do Iskra deviam
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| tornar-se o programa e orientação do partido; os planos do Iskra em matéria de organização deviam
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| ser consagrados nos estatutos da organização do partido. Mas é evidente que tal resultado não se
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| podia obter sem luta: a representação integral no congresso assegurou também a presença nele de
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| organizações que tinham combatido decididamente o Iskra (o Bund e a Rabótcheie Dielo), assim
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| como a de organizações que, embora reconhecendo verbalmente o Iskra como órgão dirigente,
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| prosseguiam de facto os seus próprios planos, e se distinguiam pela sua falta de firmeza no terreno
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| dos princípios (o grupo Iújni Rabótchi e os delegados de certos comités a ele ligados). Nestas
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| condições, o congresso não podia deixar de tornar-se um campo de luta pela vitória da orientação do «Iskra». Que o congresso foi efectivamente um campo de batalha, é um facto que aparecerá claramente para quem quer que leia com um pouco de atenção as actas. E a nossa tarefa
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| consiste agora em estudar detalhadamente os principais agrupamentos que se revelaram no
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| congresso a propósito de diversas questões, e reconstruir, com base nos dados precisos das actas, a
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| fisionomia política de cada um dos grupos fundamentais do congresso. O que eram realmente esses
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| grupos, tendências e matizes que, no congresso, sob a direcção do Iskra, deviam fundir-se num
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| único partido? É isto que devemos mostrar com uma análise dos debates e votações. Esclarecer este
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| ponto é de capital importância para estudar o que são na realidade os nossos sociais-democratas,
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| assim como para compreender as causas das divergências. E por isso que, no meu discurso no
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| congresso da Liga e na minha carta à redacção do novo Iskra, pus precisamente em primeiro plano a
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| análise dos diferentes agrupamentos.<ref group = "3">Ver V. I. Lénine, Obras Completas, 5ª ed. em russo, t. 8, pp. 41-52, 98-104. (N. Ed.)</ref> Os meus adversários, entre os representantes da «minoria»
| |
| (com Mártov à cabeça), não compreenderam em absoluto o fundo da questão. No congresso da
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| Liga, limitaram-se a fazer emendas de pormenor, «justificando-se» da acusação que lhes faziam de
| |
| terem virado para o oportunismo, sem mesmo procurarem traçar, para me contradizerem, qualquer
| |
| outro quadro dos agrupamentos no congresso. Agora, no Iskra (n.° 56), Mártov tenta apresentar
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| todas as tentativas para delimitar com exactidão os diversos grupos políticos no congresso, como
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| simples «politiquice de círculo». São palavras muito fortes, camarada Mártov! Mas as palavras
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| fortes do novo Iskra têm uma propriedade original: basta reproduzir exactamente todas as
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| peripécias da divergência a partir do congresso, para que todas essas palavras fortes se voltem inteiramente e em primeiro lugar contra a actual redacção. Olhai-vos a vós próprios senhores que
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| vos dizeis redactores do partido, vós que levantais a questão da politiquice de círculo!
| |
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| Os factos da nossa luta no congresso aborrecem agora tanto Mártov que ele tenta apagá-los
| |
| completamente. «O iskrista - diz ele - é aquele que no congresso do partido e antes dele declarou
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| que se solidariza plenamente com o Iskra, defendeu o seu programa e o seu ponto de vista em
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| matéria de organização e apoiou a sua política neste terreno. Havia no congresso mais de quarenta
| |
| destes iskristas, tantos quantos o número de votos favoráveis ao programa do Iskra e à resolução
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| que reconhecia o Iskra como órgão central do partido.» Folheai as actas do congresso e vereis que
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| todos (p. 233) aceitaram o programa, excepto Akímov, que se absteve. Com essas palavras, o
| |
| camarada Mártov quer assegurar-nos que tanto os bundistas como Brúker e Martínov
| |
| demonstraram a sua «plena solidariedade» com o Iskra e defenderam os seus pontos de vista em
| |
| matéria de organização! Isto é ridículo. A transformação, depois do congresso, de todos os seus
| |
| participantes em membros do partido com iguais direitos (de resto, nem todos, já que os bundistas
| |
| se retiraram) confunde-se nessas palavras com a divisão em agrupamentos que provocou a luta no
| |
| congresso. Em vez de estudar os elementos que depois do congresso formaram a «maioria» e a
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| «minoria», faz-se uma frase oficial: aceitaram o programa!
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| Reparai na votação do reconhecimento do Iskra como Órgão Central. Vereis que Martínov, a quem
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| agora o camarada Mártov, com audácia digna duma melhor causa, atribui a defesa das concepções e
| |
| da política do Iskra em matéria de organização, é quem precisamente insiste na separação das duas
| |
| partes da resolução: o reconhecimento puro e simples do Iskra como Órgão Central e o reconhecimento dos seus méritos. Quando da votação da primeira parte da resolução (reconhecimento dos méritos do Iskra, expressão de solidariedade com ele), obtiveram-se apenas 35 votos a favor, dois contra (Akímov e Brúker) e onze abstenções (Martínov, os cinco bundistas e
| |
| cinco votos da redacção: os meus dois votos, os dois de Mártov e um de Plekhánov). Por
| |
| consequência, o grupo dos anti-iskristas (cinco bundistas e três partidários da Rabótcheie Dielo)
| |
| destaca-se com toda a clareza também aqui, neste exemplo, o mais vantajoso para o ponto de vista
| |
| actual de Mártov, exemplo escolhido por ele próprio. Vede a votação da segunda parte da resolução:
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| o reconhecimento do Iskra como Órgão Central sem se dar justificação alguma e sem exprimir
| |
| solidariedade (p. 147 das actas). Houve 44 votos a favor, que o actual Mártov atribui aos iskristas.
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| |
| Houve ao todo 51 votos; subtraindo as cinco abstenções dos redactores, ficam 46 votos; dois
| |
| votaram contra (Akímov e Brúker); por consequência, fazem parte dos 44 restantes todos os cinco
| |
| bundistas. Assim, no congresso, os bundistas «exprimiram a sua plena solidariedade com o Iskra» -
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| eis como a história oficial é escrita pelo Iskra oficial! Antecipando-nos ao relato, expliquemos ao
| |
| leitor os verdadeiros motivos desta verdade oficial: a actual redacção do Iskra poderia ser e seria de
| |
| facto uma redacção do partido (e não quase-partido, como agora) se os bundistas e os partidários
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| da «Rabótcheie Dielo» não tivessem abandonado o congresso. Por essa razão foi necessário
| |
| converter em «iskristas» esses fiéis guardiões da actual redacção, que se diz do partido. Mas
| |
| voltaremos a isto em pormenor um pouco mais adiante.
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| Põe-se em seguida a pergunta: se o congresso foi uma luta entre elementos iskristas e anti-iskristas,
| |
| não haveria elementos intermédios, instáveis, que oscilassem entre uns e outros? Quem conheça um
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| pouco o nosso partido e a fisionomia habitual de todos os congressos, inclinar-se-á a priori a
| |
| responder a esta pergunta com uma afirmativa. O camarada Mártov não sente agora o mínimo
| |
| desejo de se recordar desses elementos instáveis, e apresenta o grupo do Iújni Rabótchi, com os
| |
| delegados que gravitam à sua volta, como iskristas típicos, e as nossas divergências com eles como
| |
| insignificantes e sem importância. Felizmente, temos agora sob os olhos o texto integral das actas, e
| |
| podemos portanto resolver esta questão - a questão de facto, bem entendido - na base de dados
| |
| documentais. O que dissemos acima em geral sobre os agrupamentos no congresso não pretende de
| |
| modo nenhum resolver este problema, mas simplesmente colocá-lo de modo correcto.
| |
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| |
| Sem uma análise dos agrupamentos políticos, sem traçar um quadro do congresso como luta entre
| |
| determinados matizes, é impossível compreender as nossas discordâncias. A tentativa de Mártov de
| |
| escamotear a diferença de matizes, juntando mesmo os bundistas com os iskristas, é simplesmente
| |
| furtar-se à questão. Mesmo a priori, na base da história da social-democracia russa antes do
| |
| congresso, desenham-se (para a sua comprovação ulterior e pormenorizado estudo) três grupos
| |
| principais: os iskristas, os anti-iskristas e os elementos instáveis, vacilantes e inconstantes.
| |
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| |
| ===Notas===
| |
| <references group = "3"/>
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| ==c) O INÍCIO DO CONGRESSO - O INCIDENTE COM O COMITÉ DE ORGANIZAÇÃO==
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| O mais cómodo é fazer a análise dos debates e votações do congresso seguindo a ordem das sessões
| |
| para anotar sucessivamente os matizes políticos que se desenham cada vez mais nitidamente. Só nos
| |
| afastaremos da ordem cronológica em caso de absoluta necessidade, para examinar em conjunto
| |
| certos problemas estritamente relacionados ou certos agrupamentos similares. Para maior
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| imparcialidade, tentaremos anotar todas as votações principais deixando de lado, bem entendido,
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| uma série de votações sobre questões de pormenor, que tomaram ao nosso congresso um tempo
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| exorbitante (em parte devido à nossa inexperiência e à má distribuição dos documentos entre as
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| reuniões de comissões e as sessões plenárias, e em parte em consequência de atrasos deliberados
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| que raiavam a obstrução).
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| A primeira questão que suscitou debates que começaram a revelar os diferentes matizes foi sobre se
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| devia ser dado o primeiro lugar (na «ordem do dia» do congresso) ao ponto seguinte: «posição do
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| Bund no partido» (pp. 29-33 das actas). Segundo o ponto de vista dos iskristas, defendido por
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| Plekhánov, Mártov, Trótski e por mim, não podia haver quaisquer dúvidas a este respeito. A saída
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| do Bund mostrou de forma evidente a justeza das nossas considerações: se o Bund não queria
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| caminhar connosco nem admitir os princípios de organização que a maioria do partido partilhava
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| com o Iskra, era inútil e contrário ao bom senso «fingir» caminhar juntos e arrastar assim o
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| congresso (como arrastavam os bundistas). A literatura já tinha esclarecido o problema, e era
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| evidente para qualquer membro consciente do partido que só faltava pôr francamente a questão e
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| escolher aberta e lealmente: autonomia (caminhamos juntos) ou federação (separamo-nos).
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| Evasivos em toda a sua política, também aqui os bundistas quiseram ser evasivos e adiar a questão.
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| O camarada Akímov junta-se a eles e logo formula, provavelmente em nome de todos os partidários
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| da Rabótcheie Dielo, as suas divergências com o Iskra no plano organizativo (p. 31 das actas). Ao
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| lado do Bund e da Rabótcheie Dielo alinha o camarada Mákhov (dois votos do comité de Nikoláiev,
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| que, pouco antes, se tinha declarado solidário com o Iskra!). Para o camarada Mákhov o problema
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| não é nada claro, e para ele o «ponto nevrálgico» é também a «questão da estrutura democrática ou,
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| pelo contrário (notai bem!), do centralismo», exactamente como para a maioria da nossa actual
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| redacção «do partido», maioria que no congresso ainda se não tinha dado conta deste «ponto
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| nevrálgico»!
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| Assim, contra os iskristas erguem-se o Bund, a Rabótcheie Dielo e o camarada Mákhov, reunindo
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| todos juntos os dez votos que se registaram contra nós (p. 33). Houve 30 votos a favor, e, como
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| veremos em seguida, é à volta deste número que muitas vezes oscilam os votos dos iskristas. Onze
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| abstiveram-se, não se ligando de maneira definida, como se verifica, nem a um nem a outro dos
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| «partidos» em luta. É interessante notar que na altura da votação sobre o § 2 dos estatutos do Bund
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| (a rejeição do § 2 provocou a saída do Bund do partido) eram igualmente em número de dez os
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| votos e as abstenções (p. 289 das actas); abstiveram-se precisamente os três partidários da
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| Rabótcheie Dielo (Brúker, Martínov, Akímov) e o camarada Mákhov. É evidente que a votação
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| sobre o lugar a reservar à questão do Bund deu origem a um agrupamento que não tinha nada de
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| acidental. É evidente que todos estes camaradas discordavam do Iskra, não só em relação ao
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| problema técnico da ordem da discussão, como também quanto ao fundo. No que se refere à
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| Rabótcheie Dielo, a divergência de fundo é clara para todos, e o camarada Mákhov definiu de modo
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| notável a sua atitude no seu discurso a propósito da saída do Bund (pp. 289-290 das actas). Vale a
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| pena que nos detenhamos neste discurso. O camarada Mákhov diz que, depois da resolução que
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| rejeitou a federação, «a situação do Bund no POSDR, de questão de princípio, tornou-se para ele
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| uma questão de política real face à organização nacional historicamente constituída. Aqui -
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| prossegue o orador - tive forçosamente que ter em conta todas as consequências que podiam advir
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| da nossa votação e por isso teria votado a favor do § 2 na sua totalidade». O camarada Mákhov
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| compreendeu perfeitamente o espírito da «política real»; em princípio já rejeitou a federação, e é
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| por isso que, na prática, teria votado a favor de um ponto dos estatutos que estabelece essa mesma
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| federação! E este camarada «prático» explica a sua estrita posição de princípio com as palavras
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| seguintes: «Mas (o famoso «mas» de Chtchedrine!) como qualquer votação minha tinha apenas um
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| carácter de princípio (!!) e não podia ter carácter prático, devido à votação quase unânime de todos
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| os outros congressistas, preferi abster-me para, por princípio» ... (Deus nos livre de tal espírito de
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| princípio!)... «fazer ressaltar a diferença da minha posição, neste caso, relativamente à posição
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| defendida pelos delegados do Bund que votaram a favor desse ponto. Pelo contrário, teria votado a
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| favor desse ponto se os delegados do Bund se abstivessem, assunto sobre o qual insistiram
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| anteriormente.» Entenda quem puder! Eis um homem agarrado aos princípios que se abstém de
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| declarar em voz alta: sim, porque isso é inútil na prática quando toda a gente diz: não.
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| Depois da votação sobre o lugar a reservar na ordem do dia à questão do Bund, pôs-se a questão do
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| grupo «Borbá», que também determinou um agrupamento extremamente interessante e que estava
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| estreitamente ligado à questão mais «delicada» do congresso: a composição pessoal dos centros. A
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| comissão encarregada de determinar a composição do congresso pronuncia-se contra o convite do
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| grupo «Borbá», de acordo com uma decisão do Comité de Organização repetida duas vezes (ver
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| pp. 383 e 375 das actas) e também de acordo com o relatório dos seus representantes na comissão
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| (p. 35).
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| O camarada Egórov, membro do CO, declara que «a questão do grupo «Borbá» (notai bem, do
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| «Borbá» e não deste ou daquele dos seus membros) é nova para si», e pede a suspensão da sessão. É
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| um mistério como é que uma questão duas vezes resolvida pelo CO podia ser nova para um dos
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| seus membros. Durante a interrupção, o CO, com a composição que por acaso estava presente no
| |
| congresso (vários membros seus, velhos membros da organização do Iskra, estavam ausentes do
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| congresso), reúne em sessão (p. 40 das actas).<ref group = "4">Quanto a esta sessão, ver a Carta de Pavlóvitch, membro do CO, que antes do congresso foi eleito por
| |
| unanimidade representante autorizado da redacção, seu sétimo membro (actas da Liga, p. 44). (Nota do Autor)</ref> Iniciam-se os debates sobre o «Borbá»: os
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| partidários da Rabótcheie Dielo pronunciam-se a favor (Martínov, Akímov e Brúker, pp. 36-38). Os
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| iskristas (Pavlóvitch, Sorókine, Langue, Trótski, Mártov e outros) pronunciam-se contra. O
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| congresso divide-se de novo, da maneira que já conhecemos. Trava-se em torno do «Borbá» uma
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| luta obstinada, e o camarada Mártov faz um discurso particularmente circunstanciado (p. 38) e
| |
| «combativo», no qual alude com razão à «desigualdade de representação» dos grupos da Rússia e
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| dos grupos do estrangeiro, diz que não estaria muito «bem» conceder a um grupo do estrangeiro um
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| «privilégio» (palavras de ouro, hoje particularmente instrutivas depois dos acontecimentos
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| posteriores ao congresso!), que não se deve fomentar «no partido o caos em matéria de organização,
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| caracterizado por uma fragmentação que não é justificada por nenhuma consideração de princípio»
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| (em cheio... na «minoria» do congresso do nosso partido!). Além dos partidários da Rabótcheie
| |
| Dielo, ninguém, até ao encerramento das inscrições de oradores, se pronunciou abertamente e com
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| fundamento a favor do «Borbá» (p. 40). Devemos fazer justiça ao camarada Akímov e aos seus
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| amigos, que pelo menos não tergiversaram e não se esconderam, mas prosseguiram abertamente a
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| sua táctica e disseram abertamente o que queriam.
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| Depois do encerramento das inscrições de oradores, quando já ninguém se pode pronunciar sobre o
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| fundo da questão, o camarada Egórov «pede insistentemente que se oiça a decisão que acaba de ser
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| adoptada pelo CO». Não é de estranhar que os membros do congresso se indignem com tal
| |
| 9 Quanto a esta sessão, ver a Carta de Pavlóvitch, membro do CO, que antes do congresso foi eleito por unanimidade representante autorizado da redacção, seu sétimo membro (actas da Liga, p. 44). (Nota do Autor) procedimento, e o camarada Plekhánov, na presidência, exprime «a sua perplexidade por o camarada Egórov insistir no seu pedido». Porque, segundo pareceria, das duas uma: ou se falava franca e claramente, perante todo o congresso, sobre o fundo da questão, ou então não se dizia absolutamente nada. Mas deixar encerrar as inscrições de oradores para, em seguida, a pretexto de «discurso de resumo», apresentar ao congresso uma nova resolução do CO, precisamente sobre a questão que se acaba de debater, é uma verdadeira punhalada nas costas!
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| A sessão recomeçou depois do almoço, e o bureau, que continua perplexo, decide renunciar ao
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| «formalismo» e recorrer a um último recurso, de que os congressos se servem apenas em última
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| instância: uma «explicação amigável». Popov, representante do CO, lê a decisão do CO adoptada
| |
| por todos os seus membros, excepto um, Pavlóvitch (p. 43), propondo ao Congresso que convide
| |
| Riazánov.
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| Pavlóvitch declara que negou e continua a negar a legitimidade da reunião do CO e que a nova
| |
| decisão do CO «contradiz a sua decisão anterior». Esta declaração desencadeia uma verdadeira
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| tempestade. O camarada Egórov, igualmente membro do CO e do grupo Iújni Rabótchi, evita
| |
| responder sobre o fundo da questão e tenta transferir o centro de gravidade para a questão da
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| disciplina. O camarada Pavlóvitch, diz, infringiu a disciplina do partido(!), visto que o CO, depois
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| de ter examinado o seu protesto, tinha decidido «não dar conhecimento ao congresso da opinião
| |
| pessoal de Pavlóvitch». Os debates desviam-se para a disciplina do partido. E Plekhánov, entre
| |
| ruidosos aplausos do congresso, explica em forma didáctica ao camarada Egórov: «Nós não temos
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| mandatos imperativos» (p. 42, cfr. p. 379, regulamento do congresso, § 7: «Os plenos poderes dos
| |
| delegados não devem ser limitados por mandatos imperativos. No exercício dos seus plenos poderes
| |
| são completamente livres e independentes»). «O congresso é a instância suprema do partido», e por
| |
| isso infringe a disciplina do partido e o regulamento do congresso precisamente quem, de qualquer
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| maneira, impede um delegado de se dirigir directamente ao congresso sobre todas as questões da
| |
| vida do partido, sem qualquer excepção. A controvérsia reduz--se por consequência ao dilema:
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| espírito de círculo ou espírito de partido? Limitação dos direitos dos delegados no congresso, em
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| nome de direitos ou de regulamentos imaginários de quaisquer organismos e círculos, ou dissolução
| |
| completa, não só em palavras, mas de facto, perante o congresso, de todas as instâncias inferiores e
| |
| antigos pequenos grupos, até que se criem verdadeiros organismos oficiais do partido. O leitor já
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| pode ver por aqui a imensa importância de princípio desta discussão no próprio início (terceira
| |
| sessão) de um congresso que se propunha restaurar de facto o partido. Neste debate se concentrou,
| |
| por assim dizer, o conflito entre os antigos círculos e pequenos grupos (no género do Iújni
| |
| Rabótchi) e o partido que renascia. E os grupos anti-iskristas manifestam-se imediatamente: o
| |
| bundista Abramson, o camarada Martínov, ardente aliado da actual redacção do Iskra e nosso velho
| |
| conhecido, o camarada Mákhov, que também conhecemos, todos se manifestam a favor de Egórov e
| |
| do grupo do Iújni Rabótchi e contra Pavlóvitch. O camarada Martínov, que hoje, à porfia com
| |
| Mártov e Axelrod, faz gala de «democracia» em matéria de organização, evoca mesmo... o exército,
| |
| onde só se pode apelar para uma instância superior por intermédio da inferior! O verdadeiro sentido
| |
| desta «compacta» oposição anti-iskrista era evidente para todos os que assistiam ao congresso ou
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| que tinham seguido com atenção a vida interna do nosso partido antes do congresso. O objectivo da
| |
| oposição (objectivo de que nem todos os membros tinham talvez consciência e que por vezes
| |
| defendiam por inércia) era defender a independência, o particularismo, os interesses de capelinha
| |
| dos pequenos grupos para que não sejam tragados por um amplo partido, que vinha sendo
| |
| estruturado na base dos princípios iskristas.
| |
|
| |
| Foi também deste ponto de vista que o camarada Mártov, que então ainda não se tinha unido a
| |
| Martínov, abordou a questão. O camarada Mártov ataca decididamente, e com razão, os que «na sua
| |
| concepção de disciplina de partido não vão além das obrigações do revolucionário para com o
| |
| grupo de ordem inferior de que é membro». «Nenhum agrupamento por imposição (o itálico é de
| |
| Mártov) é admissível num partido unificado», explica Mártov aos defensores do espírito de círculo,
| |
| sem prever que com estas palavras fustiga a sua própria actuação política nas últimas sessões do
| |
| congresso e depois dele... O agrupamento por imposição é inadmissível para o CO, mas
| |
| perfeitamente admissível para a redacção. O agrupamento por imposição é condenado por Mártov
| |
| quando o vê do centro, mas é defendido por Mártov quando deixa de lhe satisfazer a composição
| |
| deste centro…
| |
|
| |
| É interessante notar que o camarada Mártov, no seu discurso, sublinhou expressamente, para além
| |
| do «enorme erro» do camarada Egórov, a instabilidade política manifestada pelo CO. «Em nome do
| |
| CO - indigna-se Mártov com razão - foi apresentada uma proposta que contradiz o relatório da
| |
| comissão (baseado, acrescentamos nós, no relatório dos membros do CO: p. 43, palavras de
| |
| Koltsov) e as propostas anteriores do CO» (sublinhado meu). Como vedes, Mártov compreendia
| |
| então muito bem, antes de efectuar a sua «viragem», que a substituição do grupo «Borbá» por
| |
| Riazánov em nada retira o carácter absolutamente contraditório e hesitante da actividade do CO (as
| |
| actas do congresso da Liga, p. 57, podem informar os membros do partido do modo como as coisas
| |
| se apresentavam a Mártov depois da sua viragem). Mártov não se limitou então a analisar a questão
| |
| da disciplina; também perguntou claramente ao CO: «Que aconteceu de novo para ser necessária
| |
| uma reformulação?» (sublinhado meu). Porque, de facto, o CO, ao fazer a sua proposta, nem
| |
| sequer teve a coragem suficiente para defender abertamente a sua opinião, como fizeram Akímov e
| |
| outros. Mártov refuta-o (actas da Liga, p. 56), mas quem ler as actas do congresso verá que ele se
| |
| engana. Popov, que faz uma proposta em nome do CO, não diz uma só palavra dos motivos (p. 41
| |
| das actas do congresso do partido). Egórov desloca a questão para o ponto da disciplina, mas quanto
| |
| à essência ele só afirma: «O CO podia ter tido novas razões»... (mas se surgiram e quais é o que se
| |
| ignora)... «podia talvez ter-se esquecido de inscrever alguém, etc.» (Este «etc.» é a única salvação
| |
| do orador, porque o CO não podia ter esquecido a questão do «Borbá», já discutida por ele duas
| |
| vezes antes do congresso e uma vez na comissão.) «O CO tomou esta decisão não porque a sua
| |
| atitude para com o grupo «Borba» tenha mudado, mas porque quer suprimir escolhos inúteis do
| |
| caminho da futura organização central do partido desde os primeiros passos da sua actividade.» Isto
| |
| não é apresentar uma razão, mas eludir uma razão. Todo o social-democrata sincero (e não pomos
| |
| em causa a sinceridade de nenhum dos delegados ao congresso) tem o cuidado de suprimir tudo o
| |
| que considera um escolho, e suprimi-lo com os meios que considera adequados. Apresentar razões
| |
| é explicar e formular com precisão a sua opinião sobre as coisas em lugar de se esquivar por um
| |
| truísmo. E teria sido impossível apresentar razões «sem mudar de atitude para com o «Borbá»,
| |
| porque as anteriores decisões contraditórias do CO tinham igualmente tido o cuidado de suprimir
| |
| escolhos, mas viam esses «escolhos» precisamente na posição contrária. O camarada Mártov atacou
| |
| então com grande violência e muita razão este argumento, que qualificou de «mesquinho» e devido
| |
| ao desejo de «se esquivar», aconselhando o CO a «não temer o que os outros dirão». Com estas
| |
| palavras o camarada Mártov caracterizou maravilhosamente o fundo e o significado do matiz
| |
| político que, no congresso, desempenhou um importante papel e que se distingue justamente pela
| |
| sua falta de independência e pela sua mesquinhez, pela ausência de uma linha própria e pelo receio
| |
| do que dirão os outros, pelas eternas oscilações entre duas partes claramente determinadas, pelo
| |
| medo de expor abertamente o seu credo, numa palavra, por todas as características do «pântano».<ref group = "4">Há actualmente pessoas no partido que, ao ouvir esta palavra, se horrorizam e se queixam que nesta polémica falta o
| |
| espírito de camaradagem. É uma deturpação estranha da sensibilidade sob a influência do tom oficial... usado
| |
| inoportunamente! Quase não há partido político com luta interna que dispense este termo, com o qual são
| |
| designados os elementos hesitantes que oscilam entre os que lutam. E os alemães, que sabem manter a luta interna
| |
| num quadro perfeitamente comedido, não se ofendem por motivo da palavra versumpft (enterrado no pântano - N.
| |
| Ed.) e não se horrorizam, não manifestam uma cómica pruderie (pudor hipócrita - N. Ed.) oficial (Nota do Autor).</ref>
| |
| Esta falta de carácter em política do grupo instável levou, entre outras coisas, a que ninguém,
| |
| excepto o bundista Iúdine (p. 53), fizesse uma proposta ao congresso para convidar um membro do
| |
| grupo «Borbá». Houve 5 votos a favor da proposta de Iúdine, evidentemente todos bundistas: os
| |
| elementos hesitantes mais uma vez viraram a casaca! Qual era, mais ou menos, o número de
| |
| votantes do grupo do centro, mostram-no as votações das propostas de Koltsov e Iúdine sobre este ponto: a do iskrista obteve 32 votos (p. 47); a do bundista 16, ou seja, além dos oito votos anti-
| |
| iskristas, os dois votos do camarada Mákhov (cfr. p. 46), os quatro votos do grupo Iújni Rabótchi e
| |
| mais dois votos. Mostraremos em seguida que não poderíamos considerar acidental esta
| |
| distribuição, mas primeiro exporemos sumariamente a opinião actual de Mártov sobre este
| |
| incidente do CO. Mártov afirmou perante a Liga que «Pavlóvitch e os outros atiçaram as paixões».
| |
| Basta consultar as actas do congresso para ver que os discursos mais circunstanciados, mais
| |
| ardentes e mais duros contra o «Borbá» e o CO são os do próprio Mártov. Tentando empurrar o
| |
| «erro» para Pavlóvitch, só dá provas de instabilidade: antes do congresso tinha precisamente
| |
| escolhido Pavlóvitch como sétimo membro da redacção; no congresso juntou-se inteiramente a
| |
| Pavlóvitch (p. 44) contra Egórov. Depois, quando se viu derrotado por Pavlóvitch, acusou-o de
| |
| «atiçar as paixões». É simplesmente ridículo.
| |
|
| |
| No Iskra (n° 56) Mártov faz ironia por se atribuir grande importância ao convite de X ou de Y. De
| |
| novo esta ironia se volta contra Mártov, porque o incidente com o CO serviu precisamente de ponto
| |
| de partida aos debates sobre uma questão tão «importante» como o convite de X ou de Y para fazer
| |
| parte do CC e do OC. Não está certo empregar-se duas medidas diferentes segundo se trate do seu
| |
| próprio «grupo de ordem inferior» (em relação ao partido) ou de qualquer outro. Isto é
| |
| precisamente espírito filistino e espírito de círculo, e não uma atitude de partido. Um simples
| |
| confronto entre o discurso de Mártov perante a Liga (p. 57) e o seu discurso no congresso (p. 44)
| |
| prova-o inteiramente. «Não compreendo - dizia Mártov entre outras coisas na Liga - como as
| |
| pessoas arranjam maneira de se dizerem a qualquer preço iskristas e ao mesmo tempo mostrarem-se
| |
| envergonhadas de o ser.» Estranha incompreensão da diferença entre o «dizer-se» e o «ser», entre a
| |
| palavra e a acção. No congresso, Mártov disse-se a si próprio adversário dos agrupamentos por
| |
| imposição, mas foi partidário deles depois do congresso…
| |
|
| |
| ===Notas===
| |
| <references group="4"/>
| |