Capitalismo: mudanças entre as edições

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**controlar o processo de produção, incluindo o que e como é produzido;
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**tomar parte do produto para si apesar de não necessariamente trabalharem (apropriação de [[mais-valia]]).
**tomar parte do produto para si apesar de não necessariamente trabalharem (apropriação de [[mais-valia]]).
*Competição generalizada: Capitalistas individuais operam num ambiente de competição contra outros capitalistas produzindo a mesma ''commodity'' ou um substituto, e lutam por fatias do mercados ou empréstimos. Isto força os capitalistas a, entre outras coisas, adotar novas técnicas e práticas que cortem custos, e a tentar aumentar seu tamanho no mercado para dominar seus concorrentes e atingir [[economia de escala]].
*Competição generalizada: Capitalistas individuais operam num ambiente de competição contra outros capitalistas produzindo a mesma ''commodity'' ou um substituto, e lutam por fatias do mercados ou empréstimos. Isto força os capitalistas a, entre outras coisas, adotar novas técnicas e práticas que cortem custos, e a tentar aumentar seu tamanho no mercado para dominar seus concorrentes e atingir [[economia de escala]].<ref>David Schweickart, Capitalism or Worker Control?, pp 4-5:<blockquote>`But first a word about the key term. What is this "capitalism" about which our discussion will pivot? I shall understand capitalism to be a socioeconomic system characterized by three sets of institutions. First, the means of production are for the most part privately owned – by individuals directly or through the mediation of corporations. Secondly, the bulk of the economic activity is directed toward the production of goods and services for sale on a free market. Prices are determined largely without governmental interference by producer-consumer interaction. Third, labor-power is a commodity. That is, a large percentage of the workforce sell their capacity to labour to those who can provide them with tools, raw materials, and a place to work. `To be capitalist, a society must feature all three sets of institutions: private property,* a market, and wage-labor. Many societies have existed, and do exist, which exhibit one or two of these characteristics, but not all three. For example, a feudal society consisting of self-sufficient estates worked by serfs has private property, but neither a market nor wage-labor. A society of small farmers and artisans – Colonial New England, say – is not capitalist, for despite private property and a market, there is little wage-labor. On the other hand, all noncommunist industrial nations today are capitalist. The presence of an elaborate welfare apparatus, a number of nationalized industries, and/or a ruling party self-labelled socialist does not render a society noncapitalist. So long as the bulk of the enterprises are privately owned, worked by hired labor, and produce goods for sale on the market, a society is capitalist.' ( *  `I shall adopt the Marxian terminology, which distinguishes between private property – factories, farmland, productive machinery – and personal property – consumer goods purchased for their own sake, not for the sake of making money.')</blockquote></ref>


== Referências ==
== História==
 
===Acumulação primitiva===
 
No contexto do [[materialismo histórico]] marxista, à medida em que a [[servidão]] e a pequena produção de commodities dos artesãos nos tempo feudais foram gradativamente superadas pela classe mercantil emergente, o aumento das [[forças produtivas]] permitiu uma mudança nas relações de propriedade que levaram à substituição da [[aristocracia]] [[Feudalismo|feudal]] como a classe econômica dominante em favor da [[burguesia]]. Isto ocorreu por meio de diversas [[Revolução burguesa|revoluções burguesas]]. Neste contexto, o materialismo histórico considera o capitalismo um desenvolvimento progressista comparado ao [[feudalismo]].{{Quote|O papel histórico progressista do capitalismo pode ser resumido em duas breves proposições: o aumento das forças produtivas do trabalho social, e a socialização deste trabalho.|Lenin|The Development of Capitalism in Russia {{Refn|Lenin. [[Library:The Development of Capitalism in Russia|''The Development of Capitalism in Russia'']]: [[Library:The Development of Capitalism in Russia#The Mission of Capitalism|''The Mission of Capitalism'']]|name=|group=note}}}}
 
==Diferenças em definições==
A definição de capitalismo segundo o [[socialismo científico]] é diferente da utilizada pelos seus adeptos. Liberais e ideólogos pró-capitalismo definem capitalismo como uma combinação de [[Livre mercado|sistemas de livre mercado]], [[propriedade privada]], competição livre e troca voluntária.<ref>https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo. Consultado em 3 de março de 2023</ref> Esta e outras definições semelhantes carregam limitações que previnem seus adeptos a analisarem-no de maneira holística. As medidas tomadas pela burguesia para justificar o sistema e seus lucros incluem a categorização de atrocidades como a [[Fome em Bengala]] ou o regime Pinochet como “falso capitalismo” e rótulos similares.
 
==Referências==
<references />
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Edição das 16h20min de 3 de março de 2023

Pôster da Industrial Workers of the World criticando o capitalismo evidenciando seu sistema de classes

Capitalismo é um modo de produção e sistema social caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção e exploração do trabalho assalariado. Neste sistema, a maior parte dos materiais e equipamentos necessários para atividade econômica pertencem e são controlados por empresas privadas e indivíduos abastados, enquanto a maioria da população pouco detém de tais meios de produção, e deve portanto vender sua força de trabalho aos proprietários para sustentar-se.

A ascensão do capitalismo a partir do século XVI em diante é associada com o declínio de salários para o nível abaixo da subsistência, a deterioração da estatura humana, e um aumento na mortalidade prematura. Antes do capitalismo, a extrema pobreza era muito incomum na história global, exceto em casos de desastres naturais. Onde quer que o capitalismo tenha se desenvolvido, seja pelo colonialismo ou expropriação forçada de terras, criou pobreza em larga escala e deterioração geral das vidas da população trabalhadora.[1]

Principais aspectos

Os principais aspectos do capitalismo estão listados abaixo:

  • A maior parte dos meios de produção é propriedade de uma minoria populacional, chamados de capitalistas (ou burguesia)
  • A maioria da população é legalmente livre, mas obrigado a trabalhar por salário para comprar commodities que satisfaçam suas necessidades
  • Hegemonia de mercado: A maioria dos produtos advindos do trabalho da população são vendidos, e a maior parte dos itens de consumo são obtidos através da compra. Isto entra em contraste com formas anteriores de economia, onde a maior parte dos produtos do indivíduo ou família eram consumidos dentro do mesmo núcleo familiar; ou onde o produto era distribuído de acordo com leis tradicionais (por exemplo, tributos feudais, ou dízimo). No capitalismo, além do fato evidente de que produtos agora são trocados com frequência, há também a característica de que a troca costuma ser por dinheiro: o escambo tornou-se incomum.
  • Vantagem dos capitalistas: Por conta de sua abundância em recursos e posição social, capitalistas têm um grau de controle sobre os trabalhadores que os permitem:
    • controlar o processo de produção, incluindo o que e como é produzido;
    • tomar parte do produto para si apesar de não necessariamente trabalharem (apropriação de mais-valia).
  • Competição generalizada: Capitalistas individuais operam num ambiente de competição contra outros capitalistas produzindo a mesma commodity ou um substituto, e lutam por fatias do mercados ou empréstimos. Isto força os capitalistas a, entre outras coisas, adotar novas técnicas e práticas que cortem custos, e a tentar aumentar seu tamanho no mercado para dominar seus concorrentes e atingir economia de escala.[2]

História

Acumulação primitiva

No contexto do materialismo histórico marxista, à medida em que a servidão e a pequena produção de commodities dos artesãos nos tempo feudais foram gradativamente superadas pela classe mercantil emergente, o aumento das forças produtivas permitiu uma mudança nas relações de propriedade que levaram à substituição da aristocracia feudal como a classe econômica dominante em favor da burguesia. Isto ocorreu por meio de diversas revoluções burguesas. Neste contexto, o materialismo histórico considera o capitalismo um desenvolvimento progressista comparado ao feudalismo.Modelo:Quote

Diferenças em definições

A definição de capitalismo segundo o socialismo científico é diferente da utilizada pelos seus adeptos. Liberais e ideólogos pró-capitalismo definem capitalismo como uma combinação de sistemas de livre mercado, propriedade privada, competição livre e troca voluntária.[3] Esta e outras definições semelhantes carregam limitações que previnem seus adeptos a analisarem-no de maneira holística. As medidas tomadas pela burguesia para justificar o sistema e seus lucros incluem a categorização de atrocidades como a Fome em Bengala ou o regime Pinochet como “falso capitalismo” e rótulos similares.

Referências

  1. Dylan Sullivan & Jason Hickel (2023). Capitalism and extreme poverty: A global analysis of real wages, human height, and mortality since the long 16th century. World Development, vol.161. doi: 10.1016/j.worlddev.2022.106026 [HUB]
  2. David Schweickart, Capitalism or Worker Control?, pp 4-5:

    `But first a word about the key term. What is this "capitalism" about which our discussion will pivot? I shall understand capitalism to be a socioeconomic system characterized by three sets of institutions. First, the means of production are for the most part privately owned – by individuals directly or through the mediation of corporations. Secondly, the bulk of the economic activity is directed toward the production of goods and services for sale on a free market. Prices are determined largely without governmental interference by producer-consumer interaction. Third, labor-power is a commodity. That is, a large percentage of the workforce sell their capacity to labour to those who can provide them with tools, raw materials, and a place to work. `To be capitalist, a society must feature all three sets of institutions: private property,* a market, and wage-labor. Many societies have existed, and do exist, which exhibit one or two of these characteristics, but not all three. For example, a feudal society consisting of self-sufficient estates worked by serfs has private property, but neither a market nor wage-labor. A society of small farmers and artisans – Colonial New England, say – is not capitalist, for despite private property and a market, there is little wage-labor. On the other hand, all noncommunist industrial nations today are capitalist. The presence of an elaborate welfare apparatus, a number of nationalized industries, and/or a ruling party self-labelled socialist does not render a society noncapitalist. So long as the bulk of the enterprises are privately owned, worked by hired labor, and produce goods for sale on the market, a society is capitalist.' ( * `I shall adopt the Marxian terminology, which distinguishes between private property – factories, farmland, productive machinery – and personal property – consumer goods purchased for their own sake, not for the sake of making money.')

  3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo. Consultado em 3 de março de 2023