Biblioteca:Manifesto do partido comunista: mudanças entre as edições

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}}''Manifesto do Partido Comunista'' é um dos mais significativos documentos programáticos do comunismo fundado em bases científicas, que contém uma exposição coerente das bases da grande doutrina de Marx e Engels.
 
{{Citação|Esta obra expõe, com uma clareza e um vigor geniais, a nova concepção do mundo, o materialismo consequente aplicado também ao domínio da vida social, a dialéctica como a doutrina mais vasta e mais profunda do desenvolvimento, a teoria da luta de classes e do papel revolucionário histórico universal do proletariado, criador de uma sociedade nova, a sociedade comunista.|[[Vladimir Lenin]]}}
O ''Manifesto do Partido Comunista'' armou o proletariado com a demonstração científica da inevitabilidade do derrube do capitalismo e da vitória da revolução proletária, definiu as tarefas e objectivos do movimento proletário revolucionário.
 
O ''Manifesto do Partido Comunista'' foi elaborado por Marx e Engels como programa da Liga dos Comunistas por decisão do seu II Congresso realizado em Londres entre 29 de Novembro e 8 de Dezembro de 1847. Representava o triunfo dos defensores da nova linha proletária no quadro das discussões havidas no interior do movimento.
==Prefácios==
 
===Edição alemã de 1872===
A Liga dos Comunistas,<ref group="p">''Liga dos Comunistas'': a primeira organização comunista internacional do proletariado em cuja criação Marx e Engels tiveram um papel destacado; existiu de 1847 a 1852. Ver o artigo de F. Engels, "Zur Geschichte des Bundes der Kommunisten", ''MEW'', vol. 21, Berlim,1962, pp. 206-214 (cf. F. Engels, "Para a história da Liga dos Comunistas", ''in OE'', 1985, t. III, pp. 192-212).</ref> uma associação operária internacional que, nas condições de então, obviamente só podia ser uma [associação] secreta, encarregou os abaixo-assinados no congresso realizado em Londres, em Novembro de 1847, da redacção para publicação de um programa teórico e prático pormenorizado do Partido. Surgiu assim o ''Manifesto'' que se segue, cujo manuscrito seguiu para Londres, para impressão, poucas semanas antes da Revolução de Fevereiro.<ref group="p">Trata-se da revolução de Fevereiro em 1848 em França.p</ref> Publicado primeiro em alemão, teve já nesta língua pelo menos doze edições diferentes na Alemanha, na Inglaterra e na América. Em inglês apareceu primeiro em 1850 em Londres ''no Red Republican'', traduzido por Miss Helen Macfarlane, e na América apareceu em 1871 em pelo menos três traduções diferentes.<ref group="p">A primeira tradução inglesa do ''Manifesto'', de Helen Macfarlane, apareceu em Novembro de 1850, abreviada, nos números 21-24 do semanário cartista ''The Red Republican'' (''O Republicano Vermelho''), publicado em Londres, por George Julian Harney, de Junho a Novembro de 1850. Tinha por título ''Manifesto of the German Communist Party'' (''Manifesto do Partido Comunista Alemão''). No preâmbulo editorial de Harney revela-se pela primeira vez que Marx e Engels são autores do Manifesto. A 30 de Dezembro de 1871 apareceu em Nova Iorque uma reimpressão da tradução de Helen Macfarlane, no semanário ''Woodhull & Claflin’s Weekly'' (''Semanário de Woodhull & Claflin’s'').
 
''The Red Republican'' — semanário cartista publicado em Londres por George Julian Harney de Junho a Novembro de 1850.
 
''Woodhull & Claflin’s Weekly'' — semanário americano publicado em Nova Iorque de 1870 a 1876 pelas feministas burguesas Victoria Woodhull e Tennessee Claflin.</ref> Em francês, primeiro em Paris, pouco antes da insurreição de Junho de 1848,<ref group="p">''Insurreição de Junho'' — insurreição dos operários de Paris de 24 a 26 de Junho de 1848 que Engels em 1888 apontou como "a primeira grande batalha entre o proletariado e a burguesia"; o ministro da Guerra Cavaignac afogou-a em sangue.</ref> e recentemente em ''Le Socialiste'' de Nova Iorque.<ref group="p">As tentativas de publicação do ''Manifesto'' em francês, em 1848, 1849, 1851 e 1869, fracassaram — tanto quanto se conseguiu apurar até hoje. A edição francesa referida do ''Manifesto'' apareceu (incompleta, na base da reimpressão em Nova Iorque da tradução inglesa de Helen Macfarlane) no semanário de Nova Iorque ''Le Socialiste'' (''O Socialista''), nos números 16-26, de Janeiro a 30 de Março de 1872.
 
''Le Socialiste'' — semanário publicado em francês em Nova Iorque desde Outubro de 1871 a Maio de 1873; de Dezembro de 1871 a Outubro de 1872 foi o órgão das secções francesas da Federação Norte-Americana da Internacional; apoiou os elementos burgueses e pequeno-burgueses da Federação Norte-Americana da Internacional. Depois do Congresso da Haia desligou-se da Internacional.</ref> Está em preparação uma nova tradução.<ref group="p">A nova tradução francesa referida não chegou a aparecer.</ref> Em polaco, em Londres, pouco depois da sua primeira edição alemã.<ref group="p">Foi iniciada em Dezembro de 1848 uma primeira tradução do ''Manifesto'' para o polaco; até hoje, contudo, não foi possível encontrar uma prova bibliográfica do seu aparecimento.</ref> Em russo, em Genebra, nos anos 60.<ref group="p">Trata-se da primeira edição russa do ''Manifesto do Partido Comunista'', publicada, sem página de rosto (sem indicação dos autores, do tradutor, do lugar e da data de publicação) em 1869 em Genebra. A tradução, atribuída mais tarde por Marx e Engels a Bakúnine, adulterou numa série de passagens o conteúdo do ''Manifesto''. Os erros da primeira edição foram eliminados na edição publicada em Genebra em 1882, traduzida por Gueorgi Plekhánov. A tradução de Plekhánov deu início a uma ampla difusão das ideias do ''Manifesto'' na Rússia.</ref> Foi traduzido para dinamarquês igualmente logo a seguir ao seu aparecimento.<ref group="p">Uma primeira tradução dinamarquesa do ''Manifesto'', de 1848, não pôde até hoje ser verificada.
 
A única tradução do ''Manifesto'' já publicada em 1848 que se descobriu intacta é a edição sueca ''Kommunismens Röst Förklaring af det Kommunistiska Partiet'' (Estocolmo).</ref>
 
Embora as condições muito se tenham alterado nos últimos vinte e cinco anos, os princípios gerais desenvolvidos neste ''Manifesto'' conservam, grosso modo, ainda hoje a sua plena correcção. Aqui e além seria de melhorar um pormenor ou outro. A aplicação prática destes princípios — o próprio ''Manifesto'' o declara — dependerá sempre e em toda a parte das circunstâncias historicamente existentes, e por isso não se atribui de modo nenhum qualquer peso particular às edidas revolucionárias propostas no fim da secção II. Este passo teria sido hoje, em muitos aspectos, redigido de modo diferente. Face ao imenso desenvolvimento da grande indústria nos últimos vinte e cinco anos e, com ele, ao progresso da organização do partido da classe operária, face às experiências práticas, primeiro da revolução de Fevereiro, e muito mais ainda da Comuna de Paris<ref group="p">''Comuna de Paris de 1871'': primeira experiência de ditadura do proletariado na história, governo revolucionário da classe operária criada pela revolução proletária em Paris. Durou 72 dias: de 18 de Março a 28 de Maio de 1871.</ref> — na qual pela primeira vez o proletariado deteve o poder político durante dois meses —, este programa está hoje, num passo ou noutro, antiquado. A Comuna, nomeadamente, forneceu a prova de que "a classe operária não pode simplesmente tomar posse da máquina de Estado [que encontra] montada e pô-la em movimento para os seus objectivos próprios". (Ver ''A Guerra Civil em França. Mensagem do Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores'', edição alemã, p. 19, onde isto é desenvolvido. Além disso, é óbvio que a crítica da literatura socialista apresenta, para os nossos dias, algumas lacunas, uma vez que só chega a 1847; é igualmente [óbvio] que as observações sobre a posição dos Comunistas para com os diversos partidos da oposição (secção IV), se bem que ainda hoje correctas nos seus traços fundamentais, estão agora, porém, já antiquadas na sua apresentação, uma vez que a situação política se reconfigurou totalmente e o desenvolvimento histórico acabou com a maioria dos partidos ali enumerados.
 
Entretanto, o ''Manifesto'' é um documento histórico, que já não nos arrogamos o direito de alterar. Talvez venha a aparecer uma edição posterior acompanhada de uma introdução que percorra a distância entre 1847 e os nossos dias; a presente reimpressão surgiu-nos inesperadamente e não nos deu tempo para tal.
 
===Segunda edição russa de 1882===
 
===Edição alemã de 1883===
 
===Edição alemã de 1890===
 
===Terceira edição polaca de 1892===
 
===Edição italiana de 1893===
 
===Notas===
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Edição das 04h55min de 4 de janeiro de 2021

Manifesto do partido comunista
Escrito porKarl Marx e Friedrich Engels
Escrito em1848
Publicado 1ª vez1848
TipoManifesto

Manifesto do Partido Comunista é um dos mais significativos documentos programáticos do comunismo fundado em bases científicas, que contém uma exposição coerente das bases da grande doutrina de Marx e Engels.


Esta obra expõe, com uma clareza e um vigor geniais, a nova concepção do mundo, o materialismo consequente aplicado também ao domínio da vida social, a dialéctica como a doutrina mais vasta e mais profunda do desenvolvimento, a teoria da luta de classes e do papel revolucionário histórico universal do proletariado, criador de uma sociedade nova, a sociedade comunista.

Vladimir Lenin


O Manifesto do Partido Comunista armou o proletariado com a demonstração científica da inevitabilidade do derrube do capitalismo e da vitória da revolução proletária, definiu as tarefas e objectivos do movimento proletário revolucionário.

O Manifesto do Partido Comunista foi elaborado por Marx e Engels como programa da Liga dos Comunistas por decisão do seu II Congresso realizado em Londres entre 29 de Novembro e 8 de Dezembro de 1847. Representava o triunfo dos defensores da nova linha proletária no quadro das discussões havidas no interior do movimento.

Prefácios

Edição alemã de 1872

A Liga dos Comunistas,[p 1] uma associação operária internacional que, nas condições de então, obviamente só podia ser uma [associação] secreta, encarregou os abaixo-assinados no congresso realizado em Londres, em Novembro de 1847, da redacção para publicação de um programa teórico e prático pormenorizado do Partido. Surgiu assim o Manifesto que se segue, cujo manuscrito seguiu para Londres, para impressão, poucas semanas antes da Revolução de Fevereiro.[p 2] Publicado primeiro em alemão, teve já nesta língua pelo menos doze edições diferentes na Alemanha, na Inglaterra e na América. Em inglês apareceu primeiro em 1850 em Londres no Red Republican, traduzido por Miss Helen Macfarlane, e na América apareceu em 1871 em pelo menos três traduções diferentes.[p 3] Em francês, primeiro em Paris, pouco antes da insurreição de Junho de 1848,[p 4] e recentemente em Le Socialiste de Nova Iorque.[p 5] Está em preparação uma nova tradução.[p 6] Em polaco, em Londres, pouco depois da sua primeira edição alemã.[p 7] Em russo, em Genebra, nos anos 60.[p 8] Foi traduzido para dinamarquês igualmente logo a seguir ao seu aparecimento.[p 9]

Embora as condições muito se tenham alterado nos últimos vinte e cinco anos, os princípios gerais desenvolvidos neste Manifesto conservam, grosso modo, ainda hoje a sua plena correcção. Aqui e além seria de melhorar um pormenor ou outro. A aplicação prática destes princípios — o próprio Manifesto o declara — dependerá sempre e em toda a parte das circunstâncias historicamente existentes, e por isso não se atribui de modo nenhum qualquer peso particular às edidas revolucionárias propostas no fim da secção II. Este passo teria sido hoje, em muitos aspectos, redigido de modo diferente. Face ao imenso desenvolvimento da grande indústria nos últimos vinte e cinco anos e, com ele, ao progresso da organização do partido da classe operária, face às experiências práticas, primeiro da revolução de Fevereiro, e muito mais ainda da Comuna de Paris[p 10] — na qual pela primeira vez o proletariado deteve o poder político durante dois meses —, este programa está hoje, num passo ou noutro, antiquado. A Comuna, nomeadamente, forneceu a prova de que "a classe operária não pode simplesmente tomar posse da máquina de Estado [que encontra] montada e pô-la em movimento para os seus objectivos próprios". (Ver A Guerra Civil em França. Mensagem do Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores, edição alemã, p. 19, onde isto é desenvolvido. Além disso, é óbvio que a crítica da literatura socialista apresenta, para os nossos dias, algumas lacunas, uma vez que só chega a 1847; é igualmente [óbvio] que as observações sobre a posição dos Comunistas para com os diversos partidos da oposição (secção IV), se bem que ainda hoje correctas nos seus traços fundamentais, estão agora, porém, já antiquadas na sua apresentação, uma vez que a situação política se reconfigurou totalmente e o desenvolvimento histórico acabou com a maioria dos partidos ali enumerados.

Entretanto, o Manifesto é um documento histórico, que já não nos arrogamos o direito de alterar. Talvez venha a aparecer uma edição posterior acompanhada de uma introdução que percorra a distância entre 1847 e os nossos dias; a presente reimpressão surgiu-nos inesperadamente e não nos deu tempo para tal.

Segunda edição russa de 1882

Edição alemã de 1883

Edição alemã de 1890

Terceira edição polaca de 1892

Edição italiana de 1893

Notas

  1. Liga dos Comunistas: a primeira organização comunista internacional do proletariado em cuja criação Marx e Engels tiveram um papel destacado; existiu de 1847 a 1852. Ver o artigo de F. Engels, "Zur Geschichte des Bundes der Kommunisten", MEW, vol. 21, Berlim,1962, pp. 206-214 (cf. F. Engels, "Para a história da Liga dos Comunistas", in OE, 1985, t. III, pp. 192-212).
  2. Trata-se da revolução de Fevereiro em 1848 em França.p
  3. A primeira tradução inglesa do Manifesto, de Helen Macfarlane, apareceu em Novembro de 1850, abreviada, nos números 21-24 do semanário cartista The Red Republican (O Republicano Vermelho), publicado em Londres, por George Julian Harney, de Junho a Novembro de 1850. Tinha por título Manifesto of the German Communist Party (Manifesto do Partido Comunista Alemão). No preâmbulo editorial de Harney revela-se pela primeira vez que Marx e Engels são autores do Manifesto. A 30 de Dezembro de 1871 apareceu em Nova Iorque uma reimpressão da tradução de Helen Macfarlane, no semanário Woodhull & Claflin’s Weekly (Semanário de Woodhull & Claflin’s). The Red Republican — semanário cartista publicado em Londres por George Julian Harney de Junho a Novembro de 1850. Woodhull & Claflin’s Weekly — semanário americano publicado em Nova Iorque de 1870 a 1876 pelas feministas burguesas Victoria Woodhull e Tennessee Claflin.
  4. Insurreição de Junho — insurreição dos operários de Paris de 24 a 26 de Junho de 1848 que Engels em 1888 apontou como "a primeira grande batalha entre o proletariado e a burguesia"; o ministro da Guerra Cavaignac afogou-a em sangue.
  5. As tentativas de publicação do Manifesto em francês, em 1848, 1849, 1851 e 1869, fracassaram — tanto quanto se conseguiu apurar até hoje. A edição francesa referida do Manifesto apareceu (incompleta, na base da reimpressão em Nova Iorque da tradução inglesa de Helen Macfarlane) no semanário de Nova Iorque Le Socialiste (O Socialista), nos números 16-26, de Janeiro a 30 de Março de 1872. Le Socialiste — semanário publicado em francês em Nova Iorque desde Outubro de 1871 a Maio de 1873; de Dezembro de 1871 a Outubro de 1872 foi o órgão das secções francesas da Federação Norte-Americana da Internacional; apoiou os elementos burgueses e pequeno-burgueses da Federação Norte-Americana da Internacional. Depois do Congresso da Haia desligou-se da Internacional.
  6. A nova tradução francesa referida não chegou a aparecer.
  7. Foi iniciada em Dezembro de 1848 uma primeira tradução do Manifesto para o polaco; até hoje, contudo, não foi possível encontrar uma prova bibliográfica do seu aparecimento.
  8. Trata-se da primeira edição russa do Manifesto do Partido Comunista, publicada, sem página de rosto (sem indicação dos autores, do tradutor, do lugar e da data de publicação) em 1869 em Genebra. A tradução, atribuída mais tarde por Marx e Engels a Bakúnine, adulterou numa série de passagens o conteúdo do Manifesto. Os erros da primeira edição foram eliminados na edição publicada em Genebra em 1882, traduzida por Gueorgi Plekhánov. A tradução de Plekhánov deu início a uma ampla difusão das ideias do Manifesto na Rússia.
  9. Uma primeira tradução dinamarquesa do Manifesto, de 1848, não pôde até hoje ser verificada. A única tradução do Manifesto já publicada em 1848 que se descobriu intacta é a edição sueca Kommunismens Röst Förklaring af det Kommunistiska Partiet (Estocolmo).
  10. Comuna de Paris de 1871: primeira experiência de ditadura do proletariado na história, governo revolucionário da classe operária criada pela revolução proletária em Paris. Durou 72 dias: de 18 de Março a 28 de Maio de 1871.