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Esse artigo é sobre o conceito econômico. O livro pode ser encontrado na nossa biblioteca, verifique O capital, vol. I.
Introdução[editar | editar código-fonte]
Capital é, fundamentalmente, uma relação entre diferentes pessoas de uma sociedade. Em seu uso mais comum, é o movimento de riqueza, geralmente na forma de dinheiro, cujo propósito é a geração de mais riqueza. Capital é um dos conceitos fundamentais do Marxismo.
A diferença entre Capital e dinheiro está na forma de circulação: enquanto dinheiro é comumente usado para comprar mercadorias para consumo próprio (M-D-M ou mercadoria-dinheiro-mercadoria), Capital é dinheiro utilizado para gerar mais dinheiro (D-M-D', ou, dinheiro-mercadoria-mais dinheiro).
A maior parte das pessoas vendem sua força de trabalho, que é uma mercadoria, para algum capitalista, em troca de uma parte do valor que está sendo criado, geralmente na forma de salários, e portanto, dinheiro. Este dinheiro então é usado para comprar mercadorias, como comida, água, eletricidade, moradia e etc. Esse é o ciclo M-D-M.
Já os capitalistas não vendem sua força de trabalho. Ao invés disso, utilizam suas vastas quantias de dinheiro para adquirir matéria prima e força de trabalho, através da contratação de pessoal em troca de salários e a compra de matéria prima em troca de dinheiro, e ao empregar esta força de trabalho sobre a matéria prima, são capazes de criar produtos. Note como tanto a força de trabalho humana, como as matérias primas e até mesmo os produtos finais são mercadorias. Ao fim deste processo de transformação, estes produtos são eventualmente vendidos, retornando ao capitalista mais dinheiro do que o seu investimento inicial. Esse é o ciclo D-M-D', ou seja, dinheiro empregado em mercadorias que geram mais dinheiro. Esse processo também evidência algo fundamental da teoria marxista: a força de trabalho tem uma propriedade única que a separa das outras mercadorias, isto é, a força de trabalho é a única mercadoria que pode gerar valor. Para mais informações, veja a página força de trabalho.
Em resumo, para Marx, capital é o valor que constantemente passa por processos de autovalorização. Em outras palavras, Capital é o valor que se valoriza:
"As formas autônomas, as formas-dinheiro, que o valor das mercadorias toma na circulação simples, medeiam apenas a troca de mercadorias e desaparecem no resultado final do movimento. Na circulação D — M — D, pelo contrário, funcionam ambos, mercadoria e dinheiro, apenas como modos diversos de existência do próprio valor, [sendo] o dinheiro o seu modo de existência universal, a mercadoria o seu [modo de existência] particular, por assim dizer, apenas disfarçado. O valor transita constantemente de uma forma para a outra, sem se perder neste movimento, e transforma-se assim num sujeito automático. Se fixarmos as formas fenomênicas particulares que o valor que se valoriza assume alternadamente no circuito da sua vida, obteremos as declarações: capital é dinheiro, capital é mercadoria. De facto, porém, o valor torna-se aqui o sujeito de um processo em que ele, com a constante troca das formas de dinheiro e mercadoria, modifica a sua própria magnitude —, enquanto mais-valia afasta-se de si mesmo como valor originário, valoriza-se a si mesmo. Pois o movimento em que ele agrega mais-valia é seu movimento próprio, e a sua valorização, portanto, autovalorização. Ele adquiriu a qualidade oculta de pôr valor, porque ele é valor. Ele dá à luz crias vivas ou, no mínimo, põe ovos de ouro."[1] — Grifos próprios
- ↑ Capítulo 4 do livro "O Capital", Vol 1.