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O totalitarismo é uma ideologia que procura categorizar regimes políticos como ditaduras baseados em suas formas de política e governo. É um termo anticomunista que comumente associa Stálin a Hitler e outros regimes fascistas, assim colocando a sociedade liberal como o centro democrático.
O termo foi amplamente difundido pela filósofa Hannah Arendt em seu Livro “As Origens do Totalitarismo”, do qual a terceira parte foi escrita nos Estados Unidos com apoio da CIA.[1]
Evolução do termo[editar | editar código-fonte]
Para Enzo Traverso, a história da categoria pode se dividir da seguinte forma:
"Um esboço sinótico da história do totalitarismo" pode distinguir oito momentos diferentes: o nascimento do conceito na Itália na década de 1920; sua propagação na década de 1930 entre os exilados políticos e os próprios fascistas; seu reconhecimento acadêmico em 1939 após o pacto germano-soviético; a aliança entre antifascismo e antitotalitarismo desde 1941; a redefinição do antitotalitarismo como sinónimo de anticomunismo durante a Guerra Fria; a crise e declínio do conceito entre as décadas de 1960 e 1980; seu ressurgimento na década de 1990 como um paradigma retrospectivo de conceituar o século passado; e, finalmente, sua remobilização após o 11 de setembro de 2001, na luta contra o fundamentalismo islâmico. Essa periodização aproximada revela a força e a notável flexibilidade de um conceito permanentemente mobilizado contra alvos diferentes e às vezes intercambiáveis."[2]
Noutras palavras, o conceito é usado para legitimar a ditadura burguesa e apenas teve como alvo o nazismo por sua condenação internacional e a possível má reputação estadunidense.
Categorizações do totalitarismo[editar | editar código-fonte]
Como ideologia, o conceito de totalitarismo legitima a sociedade liberal como sendo naturais. Logo, regimes que se diferenciam desse padrão podem ser denunciados sob a regra do "totalitarismo"
O aspecto principal que caracteriza esse sistema é o monopartidarismo (antagônico ao pluripartidarismo comum no Ocidente). Ironicamente, os EUA possuem apenas dois partidos revezando poder que, no final, representam os interesses da mesma classe, como apontado por Domenico Losurdo.[3]
- ↑ Frances Stonor Saunders (2008). Quem pagou a conta?: A CIA na Guerra Fria da Cultura. Record.
- ↑ Enzo Traverso (2017). Totalitarianism between history and theory (pp. 97-188).
- ↑ “paises como os Estados Unidos ou a Gra-
Bretanha como aqueles onde reinam um regime politico de 'monopartidarismo competitivo'. Isso significa que a classe social que domina é uma só, mesmo que haja elites concorrentes no interior da mesma classe”
Domenico Losurdo (2020). Colonialismo e luta anticolonial: desafios para a revolução no século XXI. São Paulo: Boitempo.