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Feudalismo: mudanças entre as edições

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O '''feudalismo''' foi um [[modo de produção]] dominante na [[Europa]] ocidental que perdurou do século XI ao XV. Outras regiões também utilizaram-se desse modo de produção em diferentes períodos da história. O modo de produção feudal é caracterizado pela dominância agrária proveniente dos [[Camponês|camponêses]] e a exploração da mais-valia de seu trabalho pelos '''senhores feudais''' através de impostos, taxas e outros tipos de pagamento. As relações de produção do feudalismo são o que [[Perry Anderson]] descreve como "uma unidade orgânica de economia e política" com subdivisões de soberania. Senhores feudais possuiam suas terras, meios de produção, exercitos e sua própria corte. O feudalismo europeu estabelece fortes conexões das [[Classe dominante|classes dominantes]] com o estado por estabelecer relações militares com a posse de [[Território|terras]].
O '''feudalismo''' foi um [[modo de produção]] dominante na [[Europa]] ocidental que perdurou do século V ao XV. Outras regiões também utilizaram-se desse modo de produção em diferentes períodos da história. O modo de produção feudal é caracterizado pelas relações de senhoria e vassalagem entre os servos e os '''senhores feudais'''. Os servos eram tratados como sendo parte da propriedade privada dos senhores feudais, e ao contrário de escravos, tinham direitos e deveres definidos pela religião católica e pela tradição feudal.


[[Karl Marx]] descreve e analisa as atividades producionais do feudalismo do interior da [[Inglaterra]] pelo nome de [[acumulação primitiva]] na obra [[Biblioteca:O capital, vol. I|''O capital, vol. I'']]. Existe um debate no [[marxismo]] sobre as razões exatas (embora haja a indiscussibilidade de seus ocorridos<ref>{{Referência web|author=The Brenner debate revisited|date=2010-01-02|url=https://undsoc.org/2010/01/02/the-brenner-debate-revisited/}}</ref>) o feudalismo inglês do sec XVI abriu caminho para relações de produção [[Capitalismo|capitalistas]]. A [[expropriação]] gradual de terras de camponeses, terras que vieram se tornar cidades, onde camponeses vieram a ser [[Proletariado|proletários]] à vender sua força de trabalho em larga escala. Essa trasformação das relações meios de produção entre as terras agrícolas e as cidades no final do feudalismo inglês deram origem ao capitalismo.  
O trabalho mais comum entre os servos, no qual se dedicava a maior parte da população, era a agricultura. Entre os servos campesinos, a maior parte do tempo era gasta trabalhando sob a ''Corveia'', um imposto onde os servos deviam trabalhar nas terras dos senhores, em que os frutos de seu trabalho seriam apropriados. Durante uma pequena parte do ano, no entanto, lhes era permitida plantar em terras próprias, geralmente compradas dos senhores ou de outros servos a preços extremamente altos. Tamanha era a disparidade entre renda e preço das terras, que não era incomum um servo viver toda a sua vida apenas para conquistar uma terra ligeiramente maior para seus descendentes. Além disso, as terras dos servos também eram, geralmente, as terras mais exaustas do feudo, e portanto com menor produtividade. Durante grande parte do período, os filhos dos servos também eram concedidos, como servos, aos senhores feudais.


Aluguéis de territorios (residências, instalações, terra arável, etc.) são um residuo do feudalismo na modernidade.
Os servos se submetiam a tais condições de exploração em troca de proteção militar e terras seguras para plantar. Além disso, eram concedidos aos trabalhadores a permissão de uso dos ofícios, que continham maquinaria necessária para fazer ferramentas e roupas. De forma variada pelo período, também haviam comerciantes, que eram homens livres vendendo produtos do extremo oriente, ferramentas, e outras mercadorias úteis aos servos e aos senhores.
 
Com o passar dos séculos, se desenvolve cada vez mais a indústria e a tecnologia. Com isso, alguns dos servos mais habilidosos se tornam ferreiros, carpinteiros, tecelões, e outras profissões. Esses servos são chamados de artesãos, e existem durante boa parte do feudalismo. Assim como os comerciantes, os artesãos tinham condições de vida melhores que os servos campesinos.
 
As relações de produção do feudalismo são o que [[Perry Anderson]] descreve como "uma unidade orgânica de economia e política" com subdivisões de soberania. Senhores feudais possuíam suas terras, meios de produção, exércitos, uma própria corte e sistema próprio de leis<ref>{{Referência|author=Perry Anderson|year=1974|title=Linhagens do Estado Absolutista|pdf=https://archive.org/details/linhagens-do-estado-absolutista|publisher=Editora Brasiliense S. A.|isbn=85-11-13049-7|trans-title=Linages of the Absolutist State|trans-lang=Inglês}}</ref>. O feudalismo europeu estabelece fortes conexões das [[Classe dominante|classes dominantes]] com o estado por estabelecer relações militares com a posse de [[Território|terras]]<ref>https://en.prolewiki.org/wiki/Library:A_Marxist_History_of_the_World:_From_Neanderthals_to_Neoliberals</ref>. Também era característico a herança das terras e a hereditariedade dos títulos entre a nobreza feudal.
 
[[Karl Marx]] descreve e examina em sua obra [[Biblioteca:O capital, vol. I|''O capital, vol. I'']]  os processos sociais provenientes do feudalismo do século XVI no interior da [[Inglaterra]] pelo nome de [[acumulação primitiva]]. A [[expropriação]] gradual de terras de camponeses, terras que vieram se tornar cidades, onde camponeses vieram a ser [[Proletariado|proletários]] à vender sua força de trabalho em larga escala. Essa transformação das relações meios de produção entre as terras agrícolas e as cidades no final do feudalismo inglês deram origem ao capitalismo. Existe um debate no [[marxismo]] sobre as razões exatas (embora haja o consenso dos ocorridos<ref>{{Referência web|author=The Brenner debate revisited|date=2010-01-02|url=https://undsoc.org/2010/01/02/the-brenner-debate-revisited/}}</ref> <ref>{{Referência|author=Neha Sharma|title=Dobb-Sweezy debate on transition from feudalism to capitalism|pdf=https://www.silapatharcollege.edu.in/online/attendence/classnotes/files/1624512557.pdf}}</ref>) pelas quais o feudalismo inglês do sec XVI abriu caminho para relações de produção [[Capitalismo|capitalistas]]. Há também iterações sobre o conceito de feudalismo como visto como um modelo quase que exclusivamente [[Eurocentrismo|eurocentrista]] ou de forma mais ampla como um modo de produção universal.  
 
== Por região ==
 
=== Ásia ===
 
=== Europa Ocidental ===
 
=== Europa Oriental ===
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Edição atual tal como às 15h33min de 19 de março de 2025

O feudalismo foi um modo de produção dominante na Europa ocidental que perdurou do século V ao XV. Outras regiões também utilizaram-se desse modo de produção em diferentes períodos da história. O modo de produção feudal é caracterizado pelas relações de senhoria e vassalagem entre os servos e os senhores feudais. Os servos eram tratados como sendo parte da propriedade privada dos senhores feudais, e ao contrário de escravos, tinham direitos e deveres definidos pela religião católica e pela tradição feudal.

O trabalho mais comum entre os servos, no qual se dedicava a maior parte da população, era a agricultura. Entre os servos campesinos, a maior parte do tempo era gasta trabalhando sob a Corveia, um imposto onde os servos deviam trabalhar nas terras dos senhores, em que os frutos de seu trabalho seriam apropriados. Durante uma pequena parte do ano, no entanto, lhes era permitida plantar em terras próprias, geralmente compradas dos senhores ou de outros servos a preços extremamente altos. Tamanha era a disparidade entre renda e preço das terras, que não era incomum um servo viver toda a sua vida apenas para conquistar uma terra ligeiramente maior para seus descendentes. Além disso, as terras dos servos também eram, geralmente, as terras mais exaustas do feudo, e portanto com menor produtividade. Durante grande parte do período, os filhos dos servos também eram concedidos, como servos, aos senhores feudais.

Os servos se submetiam a tais condições de exploração em troca de proteção militar e terras seguras para plantar. Além disso, eram concedidos aos trabalhadores a permissão de uso dos ofícios, que continham maquinaria necessária para fazer ferramentas e roupas. De forma variada pelo período, também haviam comerciantes, que eram homens livres vendendo produtos do extremo oriente, ferramentas, e outras mercadorias úteis aos servos e aos senhores.

Com o passar dos séculos, se desenvolve cada vez mais a indústria e a tecnologia. Com isso, alguns dos servos mais habilidosos se tornam ferreiros, carpinteiros, tecelões, e outras profissões. Esses servos são chamados de artesãos, e existem durante boa parte do feudalismo. Assim como os comerciantes, os artesãos tinham condições de vida melhores que os servos campesinos.

As relações de produção do feudalismo são o que Perry Anderson descreve como "uma unidade orgânica de economia e política" com subdivisões de soberania. Senhores feudais possuíam suas terras, meios de produção, exércitos, uma própria corte e sistema próprio de leis[1]. O feudalismo europeu estabelece fortes conexões das classes dominantes com o estado por estabelecer relações militares com a posse de terras[2]. Também era característico a herança das terras e a hereditariedade dos títulos entre a nobreza feudal.

Karl Marx descreve e examina em sua obra O capital, vol. I os processos sociais provenientes do feudalismo do século XVI no interior da Inglaterra pelo nome de acumulação primitiva. A expropriação gradual de terras de camponeses, terras que vieram se tornar cidades, onde camponeses vieram a ser proletários à vender sua força de trabalho em larga escala. Essa transformação das relações meios de produção entre as terras agrícolas e as cidades no final do feudalismo inglês deram origem ao capitalismo. Existe um debate no marxismo sobre as razões exatas (embora haja o consenso dos ocorridos[3] [4]) pelas quais o feudalismo inglês do sec XVI abriu caminho para relações de produção capitalistas. Há também iterações sobre o conceito de feudalismo como visto como um modelo quase que exclusivamente eurocentrista ou de forma mais ampla como um modo de produção universal.

Por região[editar | editar código-fonte]

Ásia[editar | editar código-fonte]

Europa Ocidental[editar | editar código-fonte]

Europa Oriental[editar | editar código-fonte]

  1. Perry Anderson (1974). Linhagens do Estado Absolutista (Inglês: Linages of the Absolutist State). [PDF] Editora Brasiliense S. A.. ISBN 85-11-13049-7
  2. https://en.prolewiki.org/wiki/Library:A_Marxist_History_of_the_World:_From_Neanderthals_to_Neoliberals
  3. The Brenner debate revisited (2010-01-02).
  4. Neha Sharma. Dobb-Sweezy debate on transition from feudalism to capitalism. [PDF]